terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os laços



(Sully-prudhomme)
(1839, Paris (França)/ 1907, Chattenay (França)


Querendo a tudo amar, trago a alam dolorida,
Porque multipliquei a causa dos tormentos...
rágeis laços, grilhões inúmeros, cruentos,
Prendem meu coração às coisas desta vida.

Tudo a um tempo me atrai e enlaça-me igualmente:
Por seu brilho, a verdade e seus véus, o mistério;
Minh'alma se une ao sol num raio de ouro, etéreo,
E em mil fios de seda a cada estrela ardente...

A cadência me prende à ária que triste evoca;
Seduz-me a veludez da rosa entre os abrolhos;
Eu de um sorriso fiz o grilhão dos meus olhos
E fiz também um beijo a cadeia da boca!

Assim, cativo sou de quem adoro, a esmo...
Suspenso é meu viver nesta rede que o enlaça...
E quando o menor sopro entre aquleas perpassa
Sinto um pouco de mim se arrancar de mim mesmo.

(tradução Álvaro Reis)

Infelizmente, não encontrei nenhum outro link - em português - para se ler mais poesias desse autor. Mas, no original, em francês... há o seguinte sítio, em formato pdf:
- Domínio público

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