segunda-feira, 29 de junho de 2009




Ser mulher é uma tarefa árdua - mas alguém tem que fazê-lo. ;D Seguir em frente, mesmo que de salto alto, saber correr mantendo a elegância - são coisas que podem parecer banais e corriqueiras, mas que toda mulher que se preza pretende aprender. Nem que seja por um minuto de glória e charme a mais.

Mulherzinha?... "quem não aguenta, não pega na rodilha" - diz o ditado popular. Ser "mulherzinha", como se diz pejorativamente, vai muito mais além de se masculinizar.

Reflete toda a essência do feminino.

É difícl, árduo, quase impossível. Mas é feito. E com muito charme.

domingo, 28 de junho de 2009

Amor, incompreensível amor



Careca,
desdentado,
balbuciante,
não conseguia andar
não conseguia falar
parecia não entender nada.

Mas ela era apaixonada
- completa e totalmente
pelo seu rebento chorão.

Tetê Macambira



Fome do Tempo




O céu cor de chocolate ainda ontem,
hoje, as nuvens formato chantili
- despencaram tal qual calda fria

....

sinceramente...
TENHO que fazer um regime!

Tetê Macambira


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A foto é do site Olhares e é arte de João Veigas. Caso queira conferir outros trabalhos desse fotógrafo, clique sobre a foto. Ah! o título da foto é "Céu dos Céus"

domingo, 21 de junho de 2009

Gabarito de TDs de Literatura - 2ª etapa

GABARITO

TD Humanismo e Quinhentismo - 1° do ensino médio



1. V – F – V – F – F

2. F – F – F – V

3. a

4. e

5. . F – V – F – V – F – F

6. F – V – F – F

7. F – F – V – V – V

8. a) Trata-se do seguinte trecho: “asno que me leve quero”. O marido de Inês, na cena final, a leva em seus ombros para que atravesse o rio. Não sabe, mas o encontro com o ermitão, para o qual ela se encaminha, é um encontro adúltero. Pero Marques se comporta como um asno: por servir de montaria à mulher, colaborando, ingenuamente, para ser traído por ela, e por não ter conhecimento dessa traição.

b)A característica contrária à do primeiro marido é o fato de que, em sua fala, Pero Marques diz dar plena liberdade à esposa. Seu primeiro marido era um repressor proibindo-a de sair de casa até mesmo para ir a igreja.

c) A Farsa de Inês Pereira é considerada uma sátira moral porque reflete, na vida privada a decadente sociedade portuguesa. Pode-se dizer que Inês comporta-se maquiavelicamente (os fins justificam os meios), pois para conseguir uma vida folgada abandona seus próprios ideais.

09. e

10. b

11. b

12. d

13. e

14. c

15. a

16. e

17. 24 (08 + 16 = 24)

18. a


TD Romantismo - prosa - 2° do ensino médio


1. V – F – V – V

10. V – F – V – V – V

11. e

12. c

13. c

14. d

17. b

18. a

19. 23

20. 05

22. e

23. d

24. d

25. e

26. a

27. c

29. d

32. c

33. a

34. a) Como todo povo, o índio brasileiro também tem suas tradições, sua cultura, a qual

passa por diferentes estágios. Tais estágios são refletidos na mudança de nome do prota-

gonista: Jaguaré é o nome do caçador, Ubirajara é o nome do guerreiro e Jurandir é o

nome do hóspede.

b) As notas tratam da língua e dos costumes dos índios. Considerando-se que as notas

são objetivas e a narrativa é subjetiva, pode-se dizer que servem de complemento à nar-

rativa.

c) O ritual antropofágico é tratado sob a perspectiva indígena, e não européia. As notas

contribuem tratando o ritual, não com o preconceito europeu, mas com benevolência. O

romance confirma isso quando Pojucã pergunta se não é digno deste sacrifício, já que,

tendo sido derrotado no combate com Ubirajara, a escravidão causaria mais vergonha

que a própria morte.

35. 06

36. a

39. F – F – V – F – F – F – V

40. 50

41. c

42. 27

44. c

45. c

46. a

47. a

48. e

49. b

50. a

51. e

54. 14

55. a

56. b

57. b

58. c

59. 13

60. a

61. 05

62. a

63. b

64. e

65. c

66. V – F – V – V

67. a

71. a

72. e

quinta-feira, 11 de junho de 2009





Trabalho de Literatura



Colégio São Raimundo

Aluna: Fernanda Maria Melo Alves

Série 2º ano Turma A Nº 09

Assunto: Livro Ana Terra (autor: Erico Verissimo)











Primeira Parte
1. Biografia
Filho de Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo, família abastada que ficou arruinada, não chegou a completar os estudos secundários devido à necessidade de trabalhar.
Estabeleceu-se com uma farmácia em Cruz Alta mas não foi bem sucedido. Mudou-se então para Porto Alegre em 1930 disposto a viver de seus escritos e na capital gaúcha passou a conviver com escritores já renomados, como Mário Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e outros. No ano seguinte foi contratado para ocupar o cargo de secretário de redação da Revista do Globo, da qual se tornaria editor a partir de 1933. Assumiu, também, todo o projeto editorial da Editora Globo, projetando-a nacionalmente.
Publicou a sua primeira obra, Fantoches, em 1932, uma seqüência de contos, em sua maioria na forma de pequenas peças de teatro. No ano seguinte obteve o seu primeiro sucesso, com o romance "Clarissa".
Casou-se em 1931 com Mafalda Volpe e teve dois filhos, Luis Fernando Verissimo, também escritor, e Clarissa.
Em 1936, mesmo ano do nascimento de Luis Fernando, Érico Verissimo publicou Olhai os Lírios do Campo, sua primeira obra de repercussão nacional e internacional. Muitas décadas mais tarde, em 2006, essa obra influenciou fortemente a novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos. A novela tirou do livro algumas personagens.
Em 1943 mudou-se com a família para os Estados Unidos, onde ministrou aulas de Literatura Brasileira na Universidade de Berkeley, até 1945. Entre 1953 e 1956 foi diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos, em Washington. Dessas viagens e da permanência nos Estados Unidos resultaram dois livros: Gato preto em campo de neve (1941), e A volta do gato preto (1947).
É considerada como a sua obra-prima a trilogia histórica O Tempo e o Vento (1949-1961), da qual saíram alguns personagens primordiais e bastante populares entre seus leitores, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo.
Em 1965 publicou o romance O Senhor Embaixador no qual refletia sobre os descaminhos da América Latina.
No romance Incidente em Antares (1971), traça um apanhado da história do Brasil desde os primeiros tempos e envereda pelo fantástico, com uma rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros na fictícia cidade de Antares.
O enfarte que o vitimou em 1975 impediu-o de completar o segundo volume de sua autobiografia, Solo de Clarineta, programada para ser uma trilogia, além de um romance que se chamaria A hora do sétimo anjo.

2.Modernismo-2ª fase, prosa.
A prosa de 1930 é chamada de Neo-Realismo pela retomada de alguns aspectos do Realismo- Naturalismo, contudo, com características particulares preservadas.

A literatura estava voltada para a realidade brasileira como forma de manifestar as recentes crises sociais e inquietações da implantação do Estado Novo do governo Vargas e da Primeira Guerra Mundial.

As romancistas observam com olhos críticos a realidade brasileira, as relações entre o homem e a sociedade. Pelo fato dos romancistas deste período adotar como componente o lado emocional das personagens, faz com que esta fase se diferencie do Naturalismo, onde este item foi descartado.

A produção literária desta fase pode ser dividida em três tipos de prosa:

• Regionalista: tendência originada no Romantismo e adotada pelos naturalistas e pré-modernistas, na qual o tema é o regionalismo do nordeste, a miséria, a seca, o descaso dos políticos com esse estado. Esta propensão tem início com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928.
Os principais autores regionalistas são: José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos.

• Urbana: tendência na qual a temática é a vida das grandes cidades, o homem da cidade e os problemas sociais, o homem e a sociedade, o homem e o meio em que vive. O principal autor é Érico Veríssimo no início de sua carreira.

• Intimista: tendência influenciada pela teoria psicanalítica de Freud e de outras correntes da psicologia e tem como tema o mundo interior. É também chamada de prosa “de sondagem psicológica”. Os principais autores são: Lúcio Cardoso, Clarice Lispector, Cornélio Pena, Otávio de Faria e Dionélio Machado.



3.Obras
Suas obras foram compiladas em três ocasiões:
• Obras de Erico Verissimo – 1956 (17 volumes)
• Obras completas – 1961 (10 volumes)
• Ficção completa – 1966 (5 volumes)
Os livros de Erico Verissimo foram traduzidos para o alemão, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, indonésio, inglês, italiano, japonês, norueguês, polonês, romeno, russo, sueco e tcheco.
Contos
• Fantoches
• As mãos de meu filho
• O ataque
• Os devaneios do general
Romances
• Clarissa – 1933
• Caminhos cruzados – 1935
• Música ao longe – 1936
• Um lugar ao sol – 1936
• Olhai os lírios do campo – 1938
• Saga – 1940
• O resto é silêncio – 1943
• O tempo e o vento (1ª parte) — O continente – 1949
• O tempo e o vento (2ª parte) — O retrato – 1951
• O tempo e o vento (3ª parte) — O arquipélago – 1961
• O senhor embaixador – 1965
• O prisioneiro – 1967
• Incidente em Antares – 1971
Novelas
• Noite (a publicação em Portugal contém ainda "A Sonata", uma pequena história sobre um solitário professor de música que se vê transportado ao passado, ao ano de seu nascimento, onde se apaixona por uma bela mulher) – 1954
Literatura infanto-juvenil
• A vida de Joana d'Arc – 1935
• As aventuras do avião vermelho – 1936
• Os três porquinhos pobres – 1936
• Rosa Maria no castelo encantado – 1936
• Meu ABC – 1936
• As aventuras de Tibicuera – 1937
• O urso com música na barriga – 1938
• A vida do elefante Basílio – 1939
• Outra vez os três porquinhos – 1939
• Viagem à aurora do mundo – 1939
• Aventuras no mundo da higiene – 1939
• Gente e bichos – 1956
Narrativas de viagens
• Gato preto em campo de neve – 1941
• A volta do gato preto – 1946
• México – 1957
• Israel em abril – 1969
Autobiografias
• O escritor diante do espelho – 1966 (em “Ficção Completa”)
• Solo de clarineta – Memórias (1º volume) – 1973
• Solo de clarineta – Memórias 2 – 1976 (ed. póstuma, organizada por Flávio L. Chaves)
Ensaios
• Brazilian Literature – an Outline – 1945
• Mundo velho sem porteira – 1973
• Breve história da literatura brasileira – 1995 (tradução de Maria da Glória Bordini)
Biografias
• Um certo Henrique Bertaso – 1972
Traduções
Romances
• O sineiro (The Ringer), de Edgar Wallace – 1931
• O círculo vermelho (The Crimson Circle), de Edgar Wallace – 1931
• A porta das sete chaves (The Door with Seven Locks), de Edgar Wallace – 1931
• Classe 1902 (Jahrgang 1902), de Ernst Glaeser – 1933
• Contraponto (Point Counter Point), de Aldous Huxley – 1934
• E agora, seu moço? (Kleiner Mann, Was nun?), de Hans Fallada – 1937
• Não estamos sós (We Are Not Alone), de James Hilton – 1940
• Adeus Mr. Chips (Goodbye Mr. Chips), de James Hilton – 1940
• Ratos e homens (Of Mice and Men), de John Steinbeck – 1940
• O retrato de Jennie (Portrait of Jennie), de Robert Nathan – 1942
• Mas não se mata cavalo? (They Shoot Horses, Don't They?), de Horace McCoy – 1947
• Maquiavel e a dama (Then and Now), de Somerset Maugham – 1948
• A pista do alfinete novo (The Clue of the New Pin), de Edgar Wallace – 1956
Contos
• Psicologia (Psychology), de Katherine Mansfield – 1939 (Revista do Globo)
• Felicidade (Bliss), de Katherine Mansfield – 1940
• O meu primeiro baile (Her First Ball), de Katherine Mansfield – 1940 (Revista do Globo)
4.Características literárias
Erico Verissimo se caracteriza pela sobriedade da linguagem e pela realização de obra autêntica e inovadora, sempre com o objetivo de facilitar o entendimento para o leitor médio, sem perder de vista a busca por “autenticidade”. A composição de seu trabalho, após 1930 é “ um meio termo entre a crônica de costumes e a notação intimista”. Segundo Alfredo Bosi, “a linguagem com que resolveu esse compromisso é discretamente impressionista, caminhando por períodos breves, justaposições de sintaxe, palavras comuns e, e forçosamente, lugares comuns da psicologia do cotidiano.” No entanto, não deixa de acrescentar novidades como: monólogos internos, trama não-linear, exposição das personagens por focalização interna (mutuamente cruzada) e ordem temporal estilhaçada, por flash-backs.
Sua obra de ficção se divide em dois grandes ciclos: o primeiro, o ciclo urbano, incluindo os romances e novelas, voltados à luta pela sobrevivência na cidade grande no mundo em desagregação do pós-guerra. O segundo, o ciclo político, se refere aos romances ligados a temas internacionais e nacionais, contendo crítica mais severa às ideologias dominantes no período.

Segunda Parte
1.Resumo
Ana Terra era uma moça que morava com sua família em um sítio muito longe da cidade e tinha uma vida sofrida, e a única coisa que Ana e sua família faziam era trabalhar. Embora Ana tinha o desejo de abraçar e beijar algum homem. O princípio de seu desejo veio com a chegada do índio Pedro Missioneiro, e que lentamente foi crescendo na sua condição de macho: uma cara moça e trigueira, de maçãs salientes. Ana, quando o via sentia uma coisa que não podia explicar: um mal-estar sem nome, mistura de acanhamento, nojo e fascinação. Em sua singeleza, atraía-se pelo estranho, confirmando-se como aquela mulher desejável que enxergara no fundo das águas. Entregar-se àquele desconhecido foi um passo tão natural como o suceder das estações naqueles ermos. Antes, arriscou um jogo delicioso de avanços e recuos, sabendo que, quisesse ou não quisesse, agindo a favor ou contra a lei paterna, seria daquele homem. E, numa tarde, considerou-se pronta, e o desejo palpitava em todas as sua artérias; encaminhou-se para a barraca do índio, o reino de Pedro Missioneiro. E lá aconteceu algo que Ana queria. Os dias seguintes foram de medo, pânico misturado à vergonha e depois disso, logo soube que estava grávida, e o isso tornou-se um espaço de lágrimas. Carregou o segredo o quanto pôde, mas um dia, não se contendo mais, revelou tudo à mãe. Dona Henriqueta nem teve tempo de consolá-la: e o pai declarou já saber de tudo e foi como se um trovão cortasse os céus. Nada mais poderia ser feito: cumprindo um código ancestral, ele convocou os dois filhos, e esses mataram Pedro Missioneiro. Sabia que sua vida naquela casa dali por diante seria um inferno
De um instante para outro tornou-se invisível aos olhos do Pai, transfigurando-se numa entidade pecadora. Simbolicamente expulsa de sua casa, procurou fazer-se pequena, para que sua pequenez diminuísse a dor da culpa; tratava-se, porém, de uma culpa mais aceita do que entendida. Logo aconteceu o nascimento do filho de Ana Terra e, Dona Henriqueta assistiu-a, cortando o cordão umbilical do menino Pedro. Mesmo assim, os pais e irmãos não tomaram conhecimento do novo ser que habitaria o rancho. Contra toda as possibilidades, Pedrinho cresceu, e a vida seguiu seu rumo. Os irmãos casaram-se, e, para Ana, cada dia era a repetição do dia anterior. Depois disso, sua mãe morreu, de nó nas tripas, mas esta morte não abalou muito à Ana. Então vieram vários castelhanos, assassinando, incendiando, violando. Ana mandou a esposa de seu irmão e as duas crianças irem se esconder no mato, e fingindo ser a única mulher da casa, imola-se voluntariamente à sanha dos bandidos. Foi estuprada várias vezes, e ao acordar de seu desfalecimento, encontrou um quadro de horrores: o pai, o irmão Antônio, os escravos, todos estavam mortos no meio da casa já destruída. Ana entendia naquele momento que estava liberta de sua mancha original, e pela forma mais bárbara e purificadora. Nada lhe fora poupado em sofrimento, e pelo sofrimento reconciliava-se com a vida. Numa exaltação próxima a uma feroz alegria, aceitou o convite de um forasteiro para ir formar o núcleo inicial de uma nova vida, e uma longa viagem a levou para um planalto. Lá ela construiu uma casa, morando com seu filho, que logo teve que ir para uma guerra contra os castelhanos. Voltando da guerra vivo, casou-se com uma moça, teve um filho e logo teve que voltar para a guerra, com o compromisso de voltar vivo, pois agora ele tinha uma mulher e um filho para cuidar.

2. Narrador/Tempo/Espaço
O ponto-de-vista do narrador é o da terceira pessoa. O narrador fica de fora, onisciente e onipotente, retratando suas personagens e peripécias. Apesar da linearidade com que a narrativa se apresenta e a forma como se desenrolam os fatos, há algum aprofundamento principalmente na personagem-título. Ana Terra completa o ciclo de sua vida e é seguida pelo filho (Pedro Terra); a este se sucedem os filhos e assim indefinidamente na seqüência das gerações. Uma seqüência inegavelmente histórica, isto é, marcada pela cronologia. Para quebrar essa linearidade, Érico Veríssimo intercala a obra O Tempo e o Vento, interlúdios, cadernos de pauta simples. Assim supera a horizontalidade da narrativa.

Além do narrador, é claro, os personagens também falam, dialogam e, mesmo dentro de sua grande pobreza, têm alguma vida interior com suas reflexões.
A obra corresponde ao espaço temporal de 1777 a 1811. O tempo que predomina no romance, apesar das constantes inserções psicológicas, ainda é o cronológico, pois as ações exteriores dos personagens ainda permitem estabelecer-se a cronologia do enredo. O narrador onisciente não se limita a expressar aspectos regionais e históricos da memória de Ana Terra. Expõe também aspectos individuais, afetivos da protagonista.
3. Ação Dramática
Apresentação: Ana Terra é uma moça jovem e bonita, mas vive isolada com os pais e irmãos em um rancho onde trabalham duro para se manter. Ela sente falta da cidade onde nasceu e triste por viver de forma tão dura. A vida pacata da família é abalada com a chegada de Pedro Missioneiro, um índio encontrado ferido perto de um lago perto de onde moravam.
Complicação: Ana começa a sentir uma forte atração por Pedro, e acaba se entregando a ele, depois ela descobre que está grávida. O pai fica muito decepcionado com a filha e manda os seus dois irmãos matarem o índio. Após isso, ela acaba por ser ignorada pelos pais e irmãs e cuida do filho, que também passa a se chamar Pedro, apenas com a ajuda da mãe.
Climax: A casa de Ana é invadida e seu pai, irmão e os escravos são mortos, a plantação é destruída e ela é violentada. Os únicos sobreviventes são seu filho, sua cunhada e sua sobrinha.
Desfecho: Ana vai mora nas terras de um fazendeiro junto com outras pessoas, lá é fundado um vilarejo, ela vira parteira. Seu filho vira soldado e se casa e tem uma filha, no fim do livro ele parte para a guerra com a promessa de voltar, pois como sua mãe disse ele agora tem uma família.


Terceira Parte
“Ana Terra descia a coxilha no alto da qual ficava o rancho da estância, e dirigia-se para a sanga, equilibrando sobre a cabeça a cesta cheia de roupa suja, e pensando no que a mãe sempre lhe dizia: ‘Que carregava peso na cabeça fica papudo’. Ela não queria ficar papuda. Tinha 25 anos e ainda esperava casar. Não que sentisse muita falta de homem, mas acontecia que casando poderia ao menos ter alguma esperança de sair daquele cafundó, ir morar no Rio Pardo, em Viamão ou até mesmo voltar para a capitania de São Paulo, onde nascera. Ali na estância a vida era triste e dura. Morava no rancho de paredes de taquaruçu e barro, coberto de pala e com chão de terra batida. Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante que passava pela estância gemendo e assobiando, mas nunca apeava de seu cavalo; o mais que podia fazer era gritar um “Ó de casa!” e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Ás vezes era até bom mesmo que eles vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era pra trazer incômodo ou perigo. Nunca se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: vieram a saber depois que se tratava dum desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de Ana costumava dizer que, quando via um leão baio ou uma jaguatirica, não se impressionava: pegava o mosquete, calmo, e ia enfrentar o animal; mas, quando via aparecer um homem, estremecia. É que ali na estância eles estavam ressabiados.”

1.Ana gosta do lugar onde morava?
a)sim, ela pretendia continuar morando lá para sempre
b)sim, mas um dia pretendia ir embora.
c)não, e o que mais queria era sair daquele lugar

2.Ana queria se casar? Por quê?
a)não, ela queria se uma mulher independente
b)sim, seu sonhos era formar uma família
c)sim, porque queria ir embora do rancho e viver uma vida melhor



3.Onde Ana nasceu?
a)Rio Pardo
b)São Paulo
c) Viamão

4.A família Terra costumava receber visita do parentes para passar alguns dias em seu rancho. Essa afirmação é:
a)verdadeira, eles recebiam a visita dos parentes regularmente
b)falsa, eles nunca recebiam visita alguma, apenas raras vezes alguém pedia pouso lá.
c)falsa, eles recebiam visitas apenas de amigos

5.A família Terra era...
a)rica, e possuía muitos bens administrados pelo pai de Ana
b)simples, eles trabalhavam com plantação
c)de intelectuais, moravam isolados por gostarem da tranqüilidade do lugar

6.Eles achavam perigosas as visitas raramente recebidas porque sempre traziam...
a) incômodo ou perigo
b)prejuízos e perigo
c)confusões e transtornos

7.O pai de Ana era uma pessoa...
a)calma e gentil
b)desconfiado e sério
c)alegre e hospitaleiro

8.A narração é...
a)em primeira pessoa, narrada por Ana.
b)narrada em terceira pessoa, por um narrador observador
c)é narrada pela mãe de Ana Terra

9. O local onde é passada a história...
a)uma mansão
b)uma fazenda
c)um rancho

10.Como é a casa da família Terra?
a)grande e confortável
b)pequena mas aconchegante
c)simples e modesta

11.Depois de darem pouso a um desconhecido vieram a descobrir que ele era um...
a)ladrão que planejava assaltar a cidade logo que saísse de lá
b)um castelhano que havia se perdido do grupo
c)um perseguido pela Coroa como autor de sete mortes

12.Qual serviço doméstico Ana estava fazendo nesse trecho?
a)cozinhando para sua família com a ajuda da mãe
b)ajudando seu pai na roça
c)indo lavar roupa

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Trabalho de Literatura 1 - Senhora





Parte I – José Martiniano de Alencar Júnior

1. Biografia

José Martiniano de Alencar (Fortaleza, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro. Filho de influente senador, José de Alencar formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária através dos jornais Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar

Nascido em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza, a família transfere-se para a capital do Brasil Império e Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo Questões de estilo. Formou-se em Direito, em 1850, e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856 publica o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha, em 1857. Mas é com O Guarani (1857) que alcançará notoriedade.
José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro, epopéia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O segundo tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.
Em 1859, tornou-se Chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860 José de Alencar havia ingressado na política, como deputado. Em 1868, tornou-se Ministro da Justiça e, em 1869, candidatou-se ao Senado. Em 1877 viria a ocupar um ministério no governo do Imperado. Em 1872 se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca totalmente confirmada, seria na verdade filho de Machado de Assis, dando respaldo para o romance Dom Casmurro. Viajou para a Europa em 1877 para tentar um tratamento, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano de tuberculose.
Produziu também romances urbanos (Senhora, 1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893), regionalistas (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates, 1873), além de peças para o teatro. Característica de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua. Em um momento de consolidação da Independência, Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país. Em sua homenagem foi erigida uma estátua no Rio de Janeiro.
2. Obras

Romances
• Cinco minutos, 1856
• A viuvinha, 1857
• O guarani, 1857
• Lucíola, 1862
• Diva, 1864
• Iracema, 1865
• As minas de prata - 1º vol., 1865
• As minas de prata - 2.º vol., 1866
• O gaúcho, 1870
• A pata da gazela, 1870
• O tronco do ipê, 1871
• Guerra dos mascates - 1º vol., 1871
• Til, 1871
• Sonhos d'ouro, 1872
• Alfarrábios, 1873
• Guerra dos mascates - 2º vol., 1873
• Ubirajara, 1874
• O sertanejo, 1875
• Senhora, 1875
• Encarnação, 1893
Teatro
• O crédito, 1857
• Verso e reverso, 1857
• Demônio familiar, 1857
• As asas de um anjo, 1858
• Mãe, 1860
• A expiação, 1867
• O jesuíta, 1875
Crônica
• Ao correr da pena, 1874
Autobiografia
• Como e por que sou romancista, 1873
Crítica e polêmica
• Cartas sobre a confederação dos tamoios, 1856
• Ao imperador: cartas políticas de Erasmo e Novas cartas políticas de Erasmo, 1865
• Ao povo: cartas políticas de Erasmo, 1866
• O sistema representativo, 1866

3. Características literárias


José de Alencar é considerado o maior romancista do Romantismo brasileiro, bem como um dos maiores de nossa literatura. Abrangeu em sua obra todo um perfil da cultura brasileira, na busca de uma identidade nacional que transcorresse os seus aspectos sociais, geográficos e temáticos, numa linguagem mais brasileira, tropical, sem o estilo português, que até então rodeava os livros de outros romancistas. Conseguiu escrever de forma primorosa sobre os mais importantes temas que estavam em voga na literatura da época, descrevendo desde a sociedade burguesa do Rio até o índio ou o sertanejo das regiões mais afastadas. Toda a sua extensa gama de romances pode ser dividida em quatro temas distintos: romance urbano, romance indianista, romance regionalista e romance histórico.


O romance urbano de Alencar segue muitas vezes o padrão do típico romance de folhetim, retratando a alta sociedade carioca com todas as suas belas fantasias de amor. O romancista, no entanto, vai além: por trás de toda a pompa e final feliz onde todos os segredos e suspenses que se desenvolvem nas complicadas tramas são desvendados, está à crítica, a denúncia da hipocrisia, da ambição e desigualdade social. Alencar se especializou também na análise psicológica de suas personagens femininas, revelando seus conflitos interiores. Essa análise de caráter mais psicológico do interior das personagens remete sua obra a características peculiares dos romances realistas, sobretudo de Machado de Assis. Estes são seus romances urbanos: Cinco Minutos, A Viuvinha, Lucíola, Diva, A Pata da Gazela, Sonhos d'Ouro, Senhora e Encarnação.


As obras indianistas revelam sua paixão romântica pelo exotismo, encarnado na figura do índio, com todos os seus costumes, crenças e relações sociais. Sua descrição sempre se opõe à imagem do homem branco, "estragado" e corrompido pelo mundo civilizado. O índio de José de Alencar ganha tons lendários e míticos, com ares de "bom selvagem". Sua descrição muitas vezes funde seus sentimentos com a beleza e a harmonia exótica da natureza. Caracterizando a bondade, nobreza, valentia e pureza do selvagem, Alencar às vezes o aproxima dos cavaleiros e donzelas medievais, revelando um pouco dos traços românticos europeus que assolavam nossa cultura. Seus romances indianistas são: O Guarani, Iracema e Ubirajara.


Seus romances regionalistas denotam o interesse e o exotismo pelas regiões mais afastadas do Brasil, aliando os hábitos sociais da vida do homem do campo à beleza natural das terras brasileiras. Se nos romances urbanos as mulheres são sempre enfatizadas, nas obras de cunho regional os homens são figuras de destaque, com toda a sua ignorância e rudeza, enfrentando os desafios da vida, sendo que as mulheres assumem papéis submissos, de segundo plano. Seus romances regionalistas são: O Gaúcho, O Tronco do Ipê, Til e O Sertanejo.


Com seus romances históricos – As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates – Alencar também buscou no passado histórico brasileiro inspiração para escrever seus romances, criando quase sempre uma nova interpretação literária a fatos marcantes da colonização, como o busca por ouro no interior do Brasil e as lutas pelo aumento das terras nas fronteiras brasileiras. Seus enredos denotam em vários momentos um nacionalismo exaltado e o orgulho pela construção da pátria.


4. Momento histórico

Logo depois da proclamação da Independência, em 1822, o prestígio de D. Pedro I era muito grande, já que o povo e a maioria dos políticos o admiravam muito. Mas, aos poucos, essa situação foi se alterando. Por volta de 1830, o Brasil enfrentava sérios problemas econômicos, que tinham se agravado com a falência do Banco do Brasil, em 1829, e com a Guerra da Cisplatina, que durou três anos, de 1825 a 1828. Com isso, D. Pedro I, vendo sua popularidade decaindo cada vez mais, foi obrigado a abdicar em favor de seu filho, em abril de 1831. Ele voltou a Portugal e em seu lugar ficou a Regência Trina Provisória, constituída de políticos que substituiriam seu filho e herdeiro do trono, D. Pedro de Alcântara, então com 5 anos.
Ao decorrer de sua vida, D.Pedro II foi criando certa repulsa pelas obras de José de Alencar, pois elas sempre procuravam uma forma de criticar o reinado dele.

4.2. Momento literário

No inicio do século XIX ocorreu em nosso país o fato, que desencadeou sua emancipação política e social: a vinda da família real. Esse fato contribui para o sentimento anticolonialista do povo brasileiro, gerando a independência política em 1822. Devido às condições especificas do país, o Romantismo brasileiro apresenta alem das características comuns ao Romantismo europeu, características próprias do estilo á realidade brasileira da época e deve-se ressaltar que foi No Romantismo, que a literatura brasileira começou a tornar-se independente passando a ter um caráter nacional. Alem disso, não houve nenhuma preocupação em exaltar o que era essencialmente brasileiro e o estilo de época denominado Romantismo apresentando qualidades, que estão ligadas á valorização da individualidade, ao subjetivismo e a valorização da terra natal. As principais características do nosso Romantismo são: a Liberdade de criação (No Romantismo, o artista não pretende levar em conta nenhum esquema preestabelecido. O romântico expressa-se por meio de uma atitude pessoal, individual e única, pois o Romantismo apresenta objetivismo e o romântico apresenta o subjetivismo); Sentimentalismo (Para o romântico, a razão fica em segundo plano. Sua maneira de analisar e expressar a realidade obedece ao sentimento, considerado como grande valor da vida ao individuo. Já o Romântico tem o sentimento e o Clássico tem a razão; Supervalorização do Amor (O amor é considerado o valor supremo da vida. É algo bom, puro, difícil de se realizar no mundo desagregado e corrompido. Daí o fato de amor ser geralmente, platônico. A não realização amorosa leva sempre á loucura, á morte ou ao suicídio. Finais felizes são muito comuns na literatura romântica; Nacionalismo (o nacionalismo romântico expressa-se principalmente por meio da supervalorização da terra natal); Religiosidade (O homem respeita as normas da Igreja, principalmente a Católica); Mal-do-seculo (o romântico sente-se um individuo fragmentado, como se fosse apenas mais uma peça da engrenagem social com sua individualidade comprometida. Esse desajuste conduz á dor e á aflição, sentimento conhecido na época como mal do século. Tal estado de espírito leva o romântico à busca da solidão, ao gosto pela melancolia e pelo sofrimento, como saída para esse desequilíbrio, o romântico desenvolve mecanismos de evasão, de fuga da realidade em que está imerso; Evasão (Sentindo-se deslocado no seu tempo e no seu espaço, o romântico cria mecanismos de evasão, que podem se processar de três formas básicas como a Evasão no tempo, onde o romântico europeu busca no passado histórico de sua pátria (Idade Media) ou no seu passado histórico individual (infância) situações que ele considere ideais, por serem estáveis e equilibradas, ocorrendo então, a revalorização das tradições populares. Essa busca das raízes da nacionalidade conduz ao nacionalismo e criando um dos traços marcantes do nosso Romantismo: o indianismo. Também a evasão no espaço, levando o romântico a procurar paisagens novas, estranhas, exóticas e a natureza é vista como refugio não corrompida pela sociedade e a evasão na morte, encarada como solução definitiva para o chamado mal-do-seculo. Existe também como característica do Romantismo o Reformismo (Desejo de mudança, tornando o romântico revolucionário e querendo muitas vezes de maneira bastante violenta e exaltada, alterar radicalmente a estrutura da sociedade e concluindo, também têm a presença do Indianismo (Passando a figurar no Romantismo brasileiro como legitimo representante de nossa raça, que aparece nos textos românticos, portanto, não é o índio contemporâneo dos escritores, mas sim um tipo idealizado, sempre bom, nobre, bonito, cavaleiro e generoso).


Parte II – Senhora

1. Enredo (Resumo)
Na primeira parte, O Preço, Aurélia Camargo dá a conhecer para o leitor: jovem de 18 anos, linda e debutando nos bailes. A principal ação desta primeira parte do romance começa quando Aurélia pede ao tio que ofereça ao jovem Fernando Seixas, recém-chegado na corte após uma longa viagem ao Nordeste, a sua mão em casamento. Entretanto, uma aura de mistério cobre o pedido, pois Fernando não deve saber a identidade da pretendente e, além disso, a quantia do dote proposto deve ser irrecusável: cem contos de réis ou mais, se necessário.

A habilidade mercantil de Lemos, que chega a ser caricata, e a péssima situação financeira de Fernando - moço elegante, mas pobre, que gastou o espólio deixado pelo pai e que precisava restituí-lo à família para a compra do enxoval da irmã - fazem com que dêem certos os planos de Aurélia.

Na noite de núpcias, Fernando se surpreende ao ver nas mãos de Aurélia, um recibo assinado por ele aceitando um adiantamento do dote. Aurélia se enfurece, acusa-o de mercenário e venal. E ela começa a contar a vida e os motivos que a levaram a comprá-lo.

Na segunda parte, Quitação, conhecemos a vida de ambos os protagonistas. Aqui há um retorno aos acontecimentos em suas vidas, o que explica ao leitor o procedimento cruel de Aurélia em relação a Fernando.

Na terceira parte, Posse, a história retorna ao quarto do casal. Vemos Fernando arrasado de vergonha, mas Aurélia toma o seu silêncio como cinismo. É o início da fase de hipocrisia conjugal.

Na quarta parte, Resgate, temos o desenrolar da trama. Intensificam-se os caprichos e as contradições do comportamento de Aurélia, ora ferina, mordaz, insaciável na sua sede de vingança, ora ciumenta, doce, apaixonada. Intensifica-se também a transformação de Fernando, que não usufrui da riqueza de Aurélia, tornando-se modesto nos trajes, assíduo na repartição onde trabalhava, e assim adquirindo, sem perder a elegância, uma dignidade de caráter que nunca tivera.

No final, Fernando, um ano após o casamento, negocia com Aurélia o seu resgate. Devolve-lhe os vinte contos de réis, que correspondiam ao adiantamento do montante total do dote com o qual possibilitava o casamento da irmã, e mais o cheque que Aurélia lhe dera, de oitenta contos de réis, na noite de núpcias.

Separam-se, então, a esposa traída e o marido comprado, para se reencontrarem os amantes, a última recusa de Seixas sendo debelada quando Aurélia lhe mostra o testamento que fizera, quando casaram, revelando-lhe o seu amor e destinando-lhe toda a sua fortuna.

2. Personagens

As personagens são bem construídas e já apresentam certa profundidade psicológica. Ao contrário de várias personagens românticas, não constituem meros tipos sociais, já que são capazes de atitudes inesperadas.

1. Fernando Seixas: Jovem estudante de Direito, bem vestido e apreciador da vida em sociedade. A falta de dinheiro o conduz a acreditar que a única maneira de evitar a ruína final é casando-se com um bom dote. Envolvido pelo amor de Aurélia, chega a pensar em abandonar os hábitos caros, mas acaba percebendo que não consegue viver longe da sociedade. Depois do casamento por interesse, é humilhado, arrepende-se e consegue resgatar o dinheiro que recebeu a Aurélia.

2. Aurélia Camargo: Moça pobre. Aurélia é decente e apaixonada por Fernando Seixas. A decepção amorosa transforma-a numa mulher vingativa e fria, mas que não consegue disfarçar seu verdadeiro sentimento por Seixas. Seu comportamento é típico de uma esquizofrênica, já que se vê dividida entre sentimentos contraditórios até o final do romance. O amor parece ser sua salvação, redimindo-a de perder o homem que ama por causa de seu orgulho.

3. Dona Emília: Viúva, mãe de Aurélia. Mulher honesta e séria, que amargou imenso sofrimento por causa de seu amor por Pedro Camargo.

4. Pedro Camargo: Pai de Aurélia, filho natural de um rico fazendeiro do interior de São Paulo, de quem nutria grande medo. Morre à míngua por não conseguir confessar seu casamento contra a vontade do pai.

5. Lourenço Camargo: Avô de Aurélia. Pai de Pedro. Homem duro e rústico, mas que procura ser justo depois que descobre a existência do casamento do filho.

6. D. Firmina: Parente distante de Aurélia e que lhe serve de companhia quando fica rica.

7. Lemos: Tio de Aurélia. “Velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz, e casava perfeitamente com seus olhinhos de azougue.” Foi escolhido por Aurélia como tutor porque a moça podia dominá-lo facilmente.

3. Narrador/Tempo/Espaço

Foco narrativo - O romance é narrado em terceira pessoa por um narrador onisciente, ou seja, que tudo sabe sobre as personagens, penetrando em seus pensamentos e em sua alma. Esse narrador é também intruso, já que interfere em vários momentos, apresentando-se ao leitor. A técnica narrativa empregada por Alencar em Senhora é sem dúvida bem moderna, se tomarmos como base suas obras anteriores, já que o autor utiliza digressões.

Tempo - O tempo é cronológico, tomando como base o século XIX, durante o Segundo Império. Entretanto, não há linearidade, já que a história é contada a partir de flashback.

Espaço

O espaço central da narrativa é Rio de Janeiro.

4. Ação Dramática(Apresentação-Complicação-Clímax-Desfecho)

• Apresentação
Aurélia chega aos salões, muito bonita e bem vestida, atrai olhares e filas de pretendentes. Muito rica e com apenas dezoito anos, não podia cuidar sozinha de seu dinheiro. Precisava de um tutor, na qual fora escolhido para o cargo um tio.Lemos, muito esperto,achava que iria ficar com toda a fortuna .Enganava-se, pois Aurélia era geniosa e não deixava Lemos movimentar um conto de reis sem sua permissão.

• Complicação
Depois de muito feito, do pedido misterioso, do alto valor do dote, eis que chega à hora, a revelação sobre a verdadeira identidade de sua tão almejada noiva. A reação não podia ser outra, Fernando Seixas estava à frente da mulher a quem abandonara por trinta contos de reis, mais que nunca havia deixado de amar. Sua face revelava espanto, angústia, remorso até, mas não se detive, manteve a pose e seguiu a prosa. Começava ai os primeiros passos da vingança de Aurélia.
• Clímax
Aurélia por alguns instantes lembra-se do passado que tivera com Fernando, e depois de ir ao trocador, tirar seu vestido de noiva e colocar uma túnica de cetim verde, presa na cintura, deixou os cabelos soltos, e atravessou o aposento suavemente. Estava linda , Fernando a pegou nos braços ansioso em ter Aurélia realmente como deveria, foi saltado por uma surpresa nada boa.
Aurélia humilhou Fernando, alegando que havia o comprado e que agora iria mostrar para todos que eram felizes, mas sem consumar seu casamento.
• Desfecho
Após algum tempo casados, Fernando lutava para conseguir juntar os cem contos de reis que Aurélia havia pagado pelo seu dote. Depois também de visíveis cenas de ciúmes de ambos, passaram a perceber que se gostavam sim, mas que havia alguma coisa ainda. Dinheiro recuperado, Seixas pede o divórcio, que lhe é concedido. No instante em que Seixas diz que vai embora, Aurélia o chama e se declara. Diz a ele que nunca amou mais ninguém como ela o ama e entrega-lhe seu testamento, que declara seu amor pelo marido, tornando-o seu herdeiro universal.
Aurélia joga-se nos braços de Seixas e assim tiveram sua primeira noite de amor 11 meses depois do casamento.

5. Comentários críticos sobre a obra

‘’ Na aparência, Aurélia Camargo era uma mulher firme e determinada do que queria. Jovem, bela, rica e inteligente, tinha todos os homens a seus pés e fazia questão de esnobar todos. No seu intimo, entretanto, escondia-se uma moça frágil e insegura, motivada por uma decepção ou ilusão amorosa. ‘’
Natália Nogueira.
‘’ Era um obra literária, um romance proibido entre Aurélia e Seixas, resumida em quatro partes: o preço, a quitação, o resgate e a posse. Contando uma história de amor, misturando drama, vingança e riqueza... ‘’
Priscila Régis de Menezes.

‘’ E no mais a obra é fantástica, fiquei muito ansiosa pelo final deles... afinal a maior parte da história se passa em conflitos em que um não abre mão de seu orgulho para o outro... mas mesmo assim sabem o que bate em seu íntimo... eu amei a história, e recomendo pra todos que gostam de romances... mesmo que não gostem de literatura, tentem ler porque a linguagem dele não é difícil de entender, e realmente vale à pena. ‘’

Professora Zilá

Parte III – Questionário contextualizado

Trecho sobre as questões de 1 a 6.

“Era rica e formosa. Chamava-se Aurélia Camargo; tinha dezoito anos quando apareceu pela primeira vez na sociedade. Ninguém a conhecia, e logo buscaram todos com avidez informações acerca da novidade do dia.
Aurélia era órfã e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, dona Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de uma mãe de encomenda, para satisfazer os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Na verdade, a moça decidia suas ações e governada sua casa como lhe parecia melhor.
Constava que Aurélia tinha um tutor, mas essa pessoa desconhecia também não devia exercer grande influência em sua vontade. A convicção geral era que o futuro da moça dependia exclusivamente de suas inclinações e de seu capricho.
Cercada por uma turba de pretendentes, Aurélia, com sagacidade admirável em sua idade, avaliou a situação difícil em que se achava e os perigos que a ameaçavam. “Daí provinham, talvez, uma expressão cheia de desdém e um certo ar provocador que aumentavam a sua beleza.”


1) Sobre o texto
a) Aurélia era órfã, tinha somente uma parenta. Como a mesma se comportava?
R= Ela não passava de uma mãe de encomenda, para satisfazer os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
b) O fato de que a Aurélia era menor de idade e, portanto precisava de um tutor, influenciava os caprichos de Aurélia? Justifique.
R= Não, pois Aurélia era muito astuta e sabia como manipular seu tutor.
c) Como Aurélia se comportava com seus pretendentes?
R= Com sagacidade admirável em sua idade.
d) Qual o impacto do certo ar provocador de Aurélia em seus pretendentes?
R= Os homens da sociedade não ligavam para o ar provocador de Aurélia, achavam que isso só aumentava sua beleza.

2) A frase: “tinha um tutor, mas essa pessoa desconhecida também não devia exercer grande influencia em sua vontade”
a) Que era rebelde e podia o que queria.
b) Que como era a única herdeira, o dinheiro era somente dela e não permitia outro se impor a isso.
c) Porque sabia que seu tio era esperto e, portanto deixou cuidar do seu dinheiro e aproveitar para “manipulá-lo”, pois seu tio era muito ambicioso.
d) Porque gostava de ir a festas e beber muito e não admitia regras.

3) Desde a primeira vez que Aurélia Camargo apareceu na sociedade atraiu vários olhares.
a) Em relação ao elenco masculino da cidade, como se comportavam?
R= Logo que chegou atraiu muitos pretendentes que a galanteavam mais com o objetivo principal de usufruir de seu dinheiro.
b) O que deve ter se passado pela cabeça das mulheres dos bailes?
R= Ficaram com inveja, pois os melhores partidos estavam focados somente em
Aurélia.
c) Assim que Aurélia chegou o que o fizeram?
R= Buscaram informações ansiosas em saber novidades sobre a nova freqüentadora dos bailes do Rio De Janeiro.
d) Aurélia correspondia a tais galanteios? Justifique.
R= Não tratava-os com desprezo deixando os assim, mais apaixonados.

4) “Sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.” Analise esse trecho e explique o comportamento da sociedade brasileira do século XIX.
a) As mulheres da época freqüentavam bailes acompanhadas e Aurélia apresentava-se sozinha.
b) Que uma mulher menos de idade não podia possuir tanto dinheiro sem um companheiro.
c) Criticavam-na, pois não tinha marido, e pelo fato de ser bonita e rica, a sociedade não apreciava moças no meio da noite sozinhas.
d) As pessoas da sociedade do Rio de Janeiro não gostavam de Aurélia, pois era muito convencida.


5) “Aurélia achava que corria perigos em relação a seus pretendentes.” Explique essa afirmação.

a) Achava que aproveitar bailes era o suficiente para sua vida.
b) Pensava que todos que se aproximassem dela iriam fazer mal a ela.
c) Tinha medo da noite de núpcias, pois nunca havia ficado a sós com um homem.
d) Achava que todos os seus pretendentes queriam apenas seu dinheiro.

6) Com base do trecho do livro “Senhora”, de José de Alencar a personalidade de Aurélia é:

a) Aurélia é astuta, esperta e adora esbanjar dinheiro.
b) É uma garota que se veste bem e sabe usar como ninguém sua beleza e seu dinheiro, de forma que não deixava-se transparecer sua esperteza e inteligência. Achava que o ouro rebaixava os homens.
c) Manipulava as pessoas e sabia como ninguém a arte da sedução.
d) Usava de seu dinheiro uma arma para conseguir o que queria e achava-se superior a tudo e todos pela sua beleza.

7) ‘’A moça pousara a mão no ombro do marido e colocou-se diante dele. Era a primeira vez, em mais de seis meses de casados, que Fernando enlaçava a cintura de sua mulher.’’
Baseado no trecho acima responda:
a) Não tinham em casa uma relação de marido e mulher, mas para a sociedade eles passavam a imagem de um casal apaixonado e feliz.
b) Em casa eles viviam o seu romance, mas ao sair não demonstravam seu amor por achar que seria uma falta de respeito.
c) Passavam para a sociedade a imagem de um casal desarmonioso e infeliz.
d) Eram felizes em casa e para os outros passavam a imagem de amor.

8) Diga qual trecho do livro mostra que no final Aurélia demonstra que sempre amou Seixas.
a) Ela entrega para ele uma carta amorosa onde diz todo seu amor.
b) Ela entrega para ele seu testamento, em que ela declara seu imenso amor ao marido e o fazia seu herdeiro universal.
c) Ela entrega um envelope, contendo um testamento no qual ele era herdeiro de parte de seus bens.
d) Ela se ajoelha diante de seus pés e lhe entrega uma rosa vermelha.

9) ‘’ Eu sei muito bem, minha senhora que tenho um estímulo de ouro, e que são grandes os meus dotes! ‘’
a) Adorava ser rica, pois já tinha sido pobre e sofria muito com isso.
b) Não valorizava o dinheiro, mas utilizava ele para procurar um bom pretendente.
c) Adorava ser rica, mas não queria revelar isso para seus pretendentes.
d) Não valorizava o dinheiro, e acreditava que todos os seus pretendentes só se interessavam pelo seu dinheiro.

10) Ao ler a primeira parte do livro (o preço) responda:
a) Porque achava Fernando muito bonito e queria provar que faria o que quisesse com o próprio.
b) Porque quando estavam noivos, Seixas havia a traído.
c) No passado Aurélia havia sido deixada por Seixas, que aceitou o pedido de casamento de Adelaide por 30 contos de reis.
d) Não gostava dele casou-se apenas para arranjar um marido.

11) ‘’ Seixas dirigiu ao velho uma série de interrogações acerca da idade, educação... ’’
Sobre essa afirmação é correto dizer:
a) Aurélia pediu ao tio que não revelasse para Seixas que era ela a noiva, pois queria que seu plano desse certo.
b) O tio de Aurélia não revelou a identidade da moça por achar que Seixas se interessaria apenas no dinheiro dela.
c) Aurélia se sentia feia, por isso pediu ao tio que não revelasse ao noivo sua identidade.
d) Aurélia queria fazer uma surpresa para o amado, com o intuito de aumentar ainda mais o amor e a alegria deles se reencontrarem.

12) ‘’ Eu sou uma mulher traída. O senhor, um homem vendido. ’’
Com relação ao trecho responda:
a) Aurélia tinha grande mágoa de Seixas, pois ele a trocou por uma garota rica, quando ela era pobre. E ela achava que ele só se casou com ela por causa do dote.
b) Ele a traiu muito quando eles namoravam. E ela que ele só se casou por com ela por causa do dinheiro.
c) Aurélia achava ele muito interesseiro, mas sentia que ele a amava, mesmo depois dele tê-la traído.
d) Guardava ressentimentos de Seixas por ele ter se casado com ela somente pelo dinheiro. Sentia tristeza por ele tê-la traído com Firmina.


• Bibliografia

http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_44516.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Alencar

http://www.culturabrasil.pro.br/josedealencar.htm

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/s/senhora



• Equipe:

Nomes: Adriana De Araújo Palmeira Nº: 01
Francisca Milena Melgaço 14
Greyce Kelly Dos Santos 18
Natália Nogueira 33
Priscila Régis De Menezes 36
Rafaella Brasileiro Teixeira 38
Thais Borges Moreira 42
Thayná Magalhães Aquino 43

Obs: Nosso grupo contém 8 integrantes por causa da Greyce Kelly que é especial e não conta como integrante nos trabalhos.